Por Tito Lívio de Santana

De acordo com os relatórios gerenciais e de produção da unidade, somente de janeiro a maio deste ano, o número de pessoas que sofreram algum tipo de queda atendidas no HRL já chega a 1.485, representando em torno de 6% do total de pacientes assistidos no mesmo período, que foi de quase 25 mil.
Em todo o ano passado, quase 3 mil pessoas vitimadas por quedas foram atendidas na urgência e emergência do HRL, gerenciado pela Fundação Hospitalar de Saúde (FHS) e em fase de federalização para se transformar em hospital universitário.
O total de pacientes que sofreram quedas assistidas no Hospital Regional chega a ser maior que o de vítimas de violência urbana e de trânsito no mesmo período. Em relação ao de envolvidos em acidentes motociclísticos, por exemplo, que entre janeiro e maio deste ano chega a pouco mais de 1 mil o número de vítimas de quedas é superior em 45,8%. E atingem mais as crianças e, principalmente idosos, que geralmente são acometidos por quedas do mesmo nível.
O Hospital Regional de Lagarto, responsável por garantir cobertura assistencial a uma população estimada em aproximadamente 250 mil habitantes dos municípios de Lagarto, Salgado, Poço Verde, Simão Dias, Riachão do Dantas e Tobias Barreto, é atualmente referência para atendimento ortopédico no Centro-Sul e em alguns municípios das regiões Agreste e Sul.

Segundo ele, essas quedas costumam vitimar mais as crianças, pessoas acima dos 40 anos e idosos. “Mas afetam também desportistas, como aqueles que praticam futebol”, acrescenta.
O ortopedista, no entanto, ressalta que os tipos de quedas mais comuns atingem todas as faixas etárias, mas algumas com maior incidência em relação a outras. “Nos idosos, há uma prevalência de quedas da cama e no banheiro”, revela.
O médico informa ainda que tanto em crianças, quanto em adultos e pacientes com idade acima dos 60 anos, as quedas, sejam da própria altura e ou outros tipos, provocam lesões e fraturas que demandam maiores cuidados e tratamento hospitalar. “Nos jovens, as fraturas atingem principalmente os membros superiores, enquanto nos idosos prevalecem dois tipos de fraturas: as de Colles (do rádio associada à ulna, um dos ossos que formam o antebraço) e as da região do quadril (como as de fêmur), que são mais graves e geralmente demandam intervenções cirúrgicas”, esclarece.
Pesquisa
Pesquisa desenvolvida no HRL entre agosto e setembro de 2013, como temática de Dissertação de Mestrado em Ciências da Saúde no Campus/São Cristóvão da Universidade Federal de Sergipe, utilizando formulário de coleta de dados do Inquérito de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA), do Ministério da Saúde, constatou que dos 1.065 pacientes entrevistados e atendidos da unidade, pelo menos 29,4%, ou 313, haviam sofrido algum tipo de queda. De acordo ainda com a pesquisa, o tipo de queda predominante para 70,3% deles foi a de mesmo nível.

24 de junho é o Dia Mundial de Prevenção de Quedas em Idosos. Levantamento do Ministério da Saúde (MS) revela que a fratura de fêmur está também entre as causas relevantes de morbidade e mortalidade dos idosos. Entre as causas externas, as quedas são responsáveis por 24% das mortes em idosos, enquanto correspondem a 6% no restante da população. Cerca de 30% das pessoas idosas sofrem quedas a cada ano. Essa taxa aumenta para 40% entre os idosos com mais de 80 anos. As mulheres tendem a cair mais que os homens até os 75 anos de idade e, a partir dessa idade, as frequências se igualam. Dos que caem, cerca de 2,5% requerem hospitalização.