Colegiado reúne municípios e maternidades para alinhar ações e melhorar cenário

A Coordenação da Atenção Básica da Secretaria de Estado da Saúde (SES) reuniu municípios, representantes das maternidades Nossa Senhora de Lourdes e Santana Izabel, técnicos da Rede Materna e Vigilância Epidemiológica para discutir sobre as ações da Atenção Primária e os reflexos nas maternidades do Estado.  A reunião acontece na manhã desta quinta-feira, no auditório do Centro Administrativo da Saúde Senador Gilvan Rocha.

“Essa é uma reunião bastaste esperada e agora nós conseguimos reunir forças para colocar a ideia para frente, motivados pelas várias discussões sobre como a gente encontra hoje a Rede Materna, com gestantes que chegam nas maternidades com encaminhamentos indevidos; com problemas de pré-natal que geram intercorrências de várias doenças que poderiam ser evitadas, a exemplo da sífilis e sífilis congênita”, relacionou a coordenadora da Atenção Básica, Ana Paula Vieira, citando ainda situações de risco para a mamãe e o bebê que poderiam ser evitadas, como a eclampse e o parto prematuro.

Segundo a coordenadora, o objetivo da discussão é o de promover o alinhamento de ideias com vistas ao que Atenção Primária pode fazer, de que maneira pode trabalhar pra que causas evitáveis sejam, de fato, evitadas, a mesma discussão valendo para as maternidades. Na avaliação de Ana Paula Vieira, este é somente o momento disparador da ação, uma vez que, saindo do encontro, os municípios terão que traçar seus planos de ação para serem discutidos com a SES e com as maternidades posteriormente.

Ana Paula fez questão de frisar que este não é um momento de culpabilidade, de questionar se a Atenção Básica, responsabilidade dos municípios, não está fazendo o seu trabalho. A proposta, disse ela, é alinhar as ideias para que, de fato, se consiga melhorar a situação que se encontra hoje a Rede Materna. Para isso, o grupo irá se reunir regularmente com o objetivo de promover um feedback entre as três partes: SES, municípios e maternidades. “O que foi visto aqui, foi aplicado no seu município? E as maternidades, como estão recebendo as gestantes? Estes serão os questionamentos dos encontros”, disse Ana Paula.

Durante a reunião foram mostrados os dados epidemiológicos sobre a realidade da Rede Materno no Estado de Sergipe, que indicam uma situação preocupante como aponta a coordenadora da Atenção Básica, acrescentando que as informações estão no sistema do Ministério da Saúde (MS) e são conhecidos dos gestores municipais. Ela acrescentou que as causas desse cenário que preocupa não é apenas um pré-natal indevido, mas tem a soma de outros fatores, como mudanças de leis e ações do MS que muitas vezes interferem nos processos de trabalhos, a negligência das pessoas com a saúde e a maternidade cada vez mais precoce.

Publicado: 21 de junho de 2018, 15:27 | Atualizado: 21 de junho de 2018, 15:27